domingo, 3 de fevereiro de 2013

Cleo Pires entra no ritmo da bateria invocada da Grande Rio

Ainda assim, atriz mantém seu autêntico estilo Rock N' Roll.
'É claro que ser julgada dói, mas eu não tenho interesse em viver minha vida me justificando' | Foto: João Laet / Agência O Dia
Sem plumas e paetês, minissaia, microshort, vestido justo, muito menos decote. O que se vê na Passarela do Samba nada tem a ver com Cleo Pires. A nova integrante da bateria da Grande Rio chegou para o último ensaio da escola antes do Carnaval, em Duque de Caxias, toda coberta, de calça e blusa de manga. No lugar das plataformas de saltos altíssimos, botas de couro de cobra. “Estou me sentindo o Iggor Cavalera do samba”, brinca Cleo, referindo-se ao famoso ex-baterista da banda de heavy metal Sepultura. “Mas se não for assim, não sou eu”, justifica.
estilo rock ‘n’ roll da atriz destoa da comunidade, mas aí é que está o charme. Sem preconceito e totalmente integrada aos 300 ritmistas de mestre Ciça, um de seus professores particulares, Cleo escolheu o repique para estrear no batuque da invocada tricolor. “Gosto do som, do movimento”, explica ela, que sente um certo prazer na dor que o instrumento causa nas mãos: “Adoro esses ‘machucados’. São as marcas físicas do meu envolvimento, do meu desejo. Gosto disso de alguma forma”.
Cleo faz pose de roqueira | Foto: João Laet / Agência O Dia
Cleo faz pose de roqueira | Foto: João Laet / Agência O Dia
Ela tem aulas uma vez por semana com Ciça e Fabrício Machado (mestre de bateria da Pimpolhos da Grande Rio) para acompanhar a bateria nota 10, com direito à paradinha e coreografia na Avenida. No quesito ritmo, ganhou nota 8 de Fabrício.
Na contramão das beldades famosas e anônimas, Cleo não cobiça o posto maisdisputado da escola, o de rainha de bateria. A atriz já negou vários convites, inclusive do presidente de honra da Grande Rio, Jayder Soares: “Na bateria eu me sinto fazendo parte de algo maior, meu repique faz parte daquele som que toma o coração das pessoas, inspira. Acho lindo o posto, mas pessoalmente eu me sinto mais rainha ali no meio”, frisa a atriz, que também não diz nunca: “As coisas mudam, não é? Mas eu não tenho interesse”. E o problema não é samba no pé. Isso ela garante que tem: “Um pouco”.
Cleo assume que nunca foi chegada à folia, mas que de alguma maneira a batucada a seduziu: “Foi espontâneo. Eu estava no barracão da escola para lançar o projeto ‘Carnaval Experience da Pimpolhos’ e a Camila (Vidaurre Soares, presidente) me apresentou ao mestre Ciça. A bateria sempre foi o que me emocionou no Carnaval, e eu disse isso a ele. Então ele me convidou e eu aceitei o desafio”.
Diferentemente da maioria das celebridades que gostam de viver o glamour da festa profana, a atriz começou longe dos holofotes como madrinha da Pimpolhos (escola de samba mirim). “Esse é um universo relativamente novo para mim. Conhecemos o Carnaval que vai para a Avenida, mas não sabemos as dores e as delícias que acontecem nos bastidores. Eu apoio projetos que trabalham o desejo das pessoas de desenvolverem responsabilidade sobre suas próprias vidas, projetos que educam, trazem cultura e novas oportunidades”, conta. 

Uma roqueira no samba

Atriz posa ao lado de David Brazil | Foto: João Laet / Agência O Dia

'Meu repique faz parte daquele som que toma o coração das pessoas', diz a atriz | Foto: João Laet / Agência O Dia


Os amores da realidade e de 'Salve Jorge'
Cleo não estará sozinha na Sapucaí. Solteira, levará a amiga Marcia Veiga junto. Recém-separada do publicitário João Vicente de Castro, com quem ficou casada por quatro anos, ela está se adaptando à nova fase, e diz que entende a curiosidade das pessoas pela sua vida pessoal: “Acho genuíno. Se existem pessoas que têm esse interesse e o transformam numa fonte inesgotável de banalização e julgamento da minha vida, não posso fazer nada”.
O ator Domingos Montagner, seu par romântico em ‘Salve Jorge’, foi apontado como o pivô da separação. Só que isso ela assegura, não atrapalhou o trabalho deles: “De jeito nenhum. Não me envolvo com as fantasias que as pessoas fazem de mim. O que me pertence é fazer o meu melhor e amar a vida”. Mas admite: “É claro que ser julgada dói, mas eu não tenho interesse em viver minha vida me justificando para quem está preocupado em apontar o dedo. As pessoas têm o direito de acharem o que elas quiserem sobre qualquer coisa, inclusive sobre mim”.
Na novela, Bianca, sua personagem, mudou por uma grande paixão. Cleo também. “O barato é esse ao meu ver. Passar pela vida como uma rocha, que quase não se transforma, não me interessa”, assume.

E ela defende a postura da personagem: “Tudo foi muito imposto à Bianca na Capadócia, e acho que ela não soube levantar essa discussão com o Zyah. No meu caso, acho maravilhoso quando alguém me convence do contrário do que eu estou argumentando, mas não sou facilmente convencida, questiono muito”, avisa. Aos interessados em conquistá-la, fica a dica: “Gosto da sensibilidade e de consciência. O resto a gente encaixa”. 
Fonte:o dia

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