
Glória Pires acredita estar na fase mais produtiva de sua vida. Recebe muitos convites para bons trabalhos, e o filme Lula, O Filho do Brasil, a ser lançado em 2010, é o mais recente. Veio do próprio diretor, Fábio Barreto, a quem classifica como grande amigo. A parceria com o cineasta é marcada pelo sucesso, desde O Quatrilho, indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1996. "Estou entusiasmada", diz a atriz de 45 anos, que vive a mãe do presidente Lula, dona Lindu. Glória atendeu a equipe de A Tribuna no Parque Balneário Hotel, após concluir as filmagens em Santos, que tiveram o suporte da Santos Film Commission.
Para compor a Lindu, chegou a conhecer a família Silva?
Tive essa oportunidade em uma confraternização dominical, antes do Natal. Conversei com filhos e netos da Lindu. É uma família interessante, de pessoas abertas, queridas. Depois dessa reunião, o presidente também me recebeu com o maior carinho. E, como o restante da família, mostrou-se bastante disponível. Achei-o muito bacana.
É a primeira vez que vem a Santos. O que achou?
Não tinha a menor ideia de que a cidade fosse tão bonita, com essa praia incrível, lugares lindos. Sou admiradora da art déco e vi prédios maravilhosos nesse estilo. Fiquei com vontade de voltar com mais tempo. Também me impressionei com o calor!...
A Cléo Pires faz a primeira mulher do presidente. Como é ver a filha em cena?
Nesse aspecto, tenho uma re- lação com ela como a que tenho com um colega de profissão. Eu gosto muito do jeito da Cléo atuar, porque é bastante sincero. Ela usa muito o que existe no seu interior. E a Cléo é bastante jovem, está encontrando o seu caminho. Tudo com muita seriedade, muito empenho.
Você gostaria de contracenar com ela?
A gente vai fazer algumas cenas juntas em breve. Acho que será um grande prazer. Deve ser igual a um repórter que tem um filho que segue a mesma profissão e, de repente, os dois fazem uma matéria juntos. Eu e a Cléo rodaremos algumas sequências, mas não haverá realmente um diálogo. A Cléo fará uma personagem difícil: a primeira mulher do Lula morreu no parto do primeiro filho do presidente. O bebê também acabou morrendo.
Você estrela Se Eu Fosse Você 2, que tem quebrado todos os recordes do cinema nacional...
Quando o primeiro filme estava em cartaz, o Daniel Filho me sinalizou que, pelo desempenho de bilheteria, era bem provável que houvesse uma continuação. É o primeiro longa brasileiro a ganhar sequência. Fico feliz por participar disso, ainda mais com esses recordes.
Há planos para outra parte?
Ainda não sei, mas, com este sucesso louco, tudo pode acontecer. O legal desse projeto é o fato de nos colocar no lugar do outro, fazer com que vistamos o sapato do outro. Às vezes, alguém está do nosso lado e nem imaginamos que aquela pessoa enfrenta diversos problemas.
O filme do Daniel Filho ainda mexe com inversão de sexos...
Tenho um filho pequeno, e, em função do filme, descobri que não é tão fácil assim crescer como homem. Nunca havia batido bola, fui aprender e fiquei dolorida. Agora posso compreendê-lo melhor.
Quais os próximos projetos?
Já terminei de filmar É Proi- bido Fumar, da Anna Muylaert, que deve ser lançado ainda neste ano. A Anna fez um longa-metragem que amo, o Durval Discos. Foi o primeiro trabalho dela no cinema. Para o É Proibido Fu- mar, ela montou um blog muito interessante (eproibidofumar.uol.com.br ). Acredito que ele merece uma consul- ta. Também existe bastante material no YouTube. Foi um barato, uma delícia trabalhar com a Anna. Ela virou uma grande amiga, sabe? É bom quando um projeto vira algo assim.
Qual o enredo desse longa?
Eu interpreto a Baby, uma quarentona que tem uma vida bem louca, nonsense (risos). Mas muito curiosa. Em um dado momento, ela muda o seu foco de atenção, que, até então, era o universo que criou para si, pois praticamente não sai do apartamento, que, inclusive, tem bastante verde.
Em que ela passou a se focar?
A Baby começa a se concentrar no vizinho que acabou de se mudar para o apartamento ao lado o Max, papel do Paulo Miklos. E ela causa uma reviravolta gigantesca em sua vida quando decide parar de fumar para agradar ao alvo de todo o seu amor. Várias confusões acontecem... É uma personagem interessante, que sofre um processo de humanização. A Baby ficou meio automatizada quando se separou do mundo real e entrou na sua bolhinha, totalmente alienada de tudo. Depois, ela precisa percorrer o caminho de volta. O filme é muito bonito, muito sensível.
E na TV, há algo em vista?
Com certeza, vou fazer uma novela do Gilberto Braga, só que em 2010. Isso porque, depois da trama da Glória Perez ( Caminho das Índias), ainda virão uma história do Ma- noel Carlos e uma do Silvio de Abreu, para aí sim chegar a vez do Gilberto. Neste momento, também tenho um convite da Denise Saraceni, que dirigiu Belíssima. No entanto, não existe nada fechado, pois, se aceitar, terei de emendar o término das filmagens de Lula, O Fi- lho do Brasil com o trabalho na Globo. Prometi para minha família que reservaria um tempo para eles após o longa. Não tenho problema em recusar um projeto bom para ficar com a família. Afinal, essa também é uma das minhas prioridades.

Nenhum comentário:
Postar um comentário