Veja entrevistas com Thiago Lacerda, Jayme Monjardim e Marjorie Estiano.
Ana Terra de “O tempo e o vento” é uma jovem que, no século 18, engravida de um índio estranho que aparece na fazenda isolada no Rio Grande do Sul onde ela mora. A música tema da personagem, contudo, não é uma obra regional gaúcha de época. É “Shake it out”, de Florence and the Machine. E também “Titanium”, do DJ David Guetta. Ao menos esse foi o fundo musical eleito por Cleo Pires, intérprete de heroína no filme que entra em cartaz no país nesta sexta-feira (27).Assista nos vídeos ao lado entrevistas com Cleo Pires, Thiago Lacerda, Marjorie Estiano e com o diretor de "O tempo e o vento", Jayme Monjardim.
Em entrevista ao G1, a atriz comenta, e justifica, a “playlist” usada como inspiração. Enumera “Blue jeans” (Lana Del Rey), “Por você” (Barão Vermelho) e “Let it be” (Beatles). “Sou muito musical. Realmente, consigo me transportar para sensações, para estados de espírito [por meio das canções]”, explica.
Durante a conversa, Cleo Pires conta que não pensou em recusar o convite para “O tempo e o vento”. Ela, de fato, recusou. Levou oito meses, lembra, para ser convencida. “Eu simplesmente não queria fazer, aquilo me dava uma angústia, aquela coisa, aquele personagem, me dava um embrulho”, explica.
“Foi horrível, fiquei mal, chorava lendo o livro, pensando na minha mãe fazendo a cena, totalmente dramática (risos).” Glória Pires fez Ana Terra na minissérie que a Globo exibiu em 1985, também adaptando a obra escrita por Erico Verissimo.
Foi o próprio Jayme Monjardim quem fez Cleo mudar de ideia. Segundo o diretor, ver o longa pronto é “uma vitória”. Refere-se, principalmente, ao orçamento – R$ 13 ou R$ 14 milhões, nas contas dele. “Muito difícil de produzir, inteiramente feito sem efeitos especiais, construir uma cidade cenográfica é superdifícil de fazer, em Bagé [RS].”
Na opinião dele, em São Paulo ou no Rio teria sido menos complicado: “Você vai construir uma cidade cenográfica no Rio Grande do Sul, o cara não sabe nem o que é a palavra ‘cenografia’”. Diretor de novelas como “Flor do Caribe” e “Páginas da vida”, Monjardim assume que desejou tornar “O tempo e o vento” um filme “popular, de fácil entendimento” (a descrição é dele mesmo).
Na entrevista, cita seu longa-metragem anterior, “Olga” (2004), que rendeu críticas. Monjardim não é indiferente a elas. “A gente é sensível também, né? A gente é artista, emocional”, afirma. “Existem críticas construtivas, respeitosas, e críticas não respeitosas. Acho que o meu filme ‘Olga’ passou por muitas críticas que não foram respeitosas naquela época.”
A personagem principal e narradora da versão de “O tempo e o vento” é Bibiana, vivida por Fernanda Montenegro. Na fase jovem, quem assume o papel é Marjorie Estiano. O par de ambas é o herói da trama, Capitão Rodrigo (Thiago Lacerda). O elenco tem ainda nomes como Paulo Goulart, Leonardo Medeiros, Cesar Troncoso, Susana Pires e Vanessa Lóes.
Thiago Lacerda admite que, às vésperas do início das filmagens na pele do Capitão Rodrigo, estava com excesso de “expectativa e insegurança”. “Nos últimos 20 dias, me enfiei lá no Sul, hibernei no campo, arrumei um cavalo pra mim, fui encontrando na gente da fronteira o que eu pretendia para o trabalho.”
Sobre o trabalho de Tarcísio Meira, que fez Rodrigo na série, diz que “o capitão dele é maravilho” e que chegou a tentar assistir de novo ao antigo programa. “Imediatamente, desisti de ver, porque achei que aquilo iria virar uma grande cilada pra mim. Eu ia querer fazer diferente. Ou fazer igual”, especula.
Fonte:G1
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