Quando o diretor Jorge Fernando entra no estúdio, fica difícil segurar o riso.
— Dorme aí, hein? Quer um Frontal, um Dormonid?— pergunta ele, irônico, ao figurante no caixão.
Jorginho comanda a gravação do velório e cremação de Vitório Leone (Carlos Alberto Riccelli), marido de Roberta (Gloria Pires), que vão ao ar amanhã. Mas nem o clima fúnebre das cenas apaga o bom humor do diretor.
— Dá licença! Você quer o melhor lugar do velório! — diz ele, aos risos, a outra figurante, sentada numa das cadeiras próximas ao caixão.
Ao posicionar no cenário Guilhermina Guinle e Luana Piovani, que vivem Manoela e Vânia, Jorginho brinca:
— Engraçado que vocês são tão amigas lá fora e na novela se odeiam. Bem que podia ser o contrário, né?
Com tudo no seu devido lugar, uma pausa nas piadas para repassar o texto com os atores. Mas o diretor logo volta a fazer rir, dando um recado para os figurantes:
— Todo mundo em pé, agora é a hora boa de conseguir um close, aproveitem!
Ninguém quer encarar o caixão como pede a cena.
— Olha, ele não se mexe — diverte-se o diretor, antes de decretar: — Vou gravar!
Soneca no estúdio
Bianca Bin, que interpreta Carolina, tira o roupão que a protegia do frio do estúdio. Guilhermina seca o rosto com um lencinho que tirou do decote. Luana arranca o bob gigante do cabelo e troca as pantufas por sapatos. Mariana Ximenes, a Juliana da trama, também se livra dos chinelos de dedo. Ao fim do terceiro take, ouve-se um barulho estranho.
— O homem roncou, é isso mesmo? — pergunta Jorginho, provocando gargalhada geral: — Ele já acostumou, quando for de verdade nem vai sentir! Acorda ele aí!
Gloria se solidariza com o figurante roncador:
— Ele está há horas aí dentro, com aquele calorzinho... Eu dormiria também!
Fonte:Coluna extra
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