quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Revirando o Baú:Vale Tudo é a melhor novela do momento na telinha


Não faço o gênero saudosista e acho que o mundo tem que andar para frente. Mas como resistir a Vale Tudo? Vinte e dois anos após sua estreia na telinha da Globo, a novela de Gilberto Braga é mais uma vez a melhor atração no ar atualmente e também uma campeã de audiência. Tanto que a reprise da trama levou o Canal Viva ao primeiro lugar de ibope entre as TVs por assinatura. E olha que é exibida em horários pra lá de ingratos: 0h45 e 12h!
Hoje existem mais reprises do que produções inéditas no ar. É só fazer a conta. São cinco “novidades” (Malhação, Araguaia, Ti-Ti-Ti e Passione, na Globo, e Ribeirão do Tempo, na Record). Contra uma cacetada de repetecos: A História de Ana Raio e Zé Trovão (1990), Pérola Negra (1998), Canavial de Paixões (2003) e Esmeralda (2004) no SBT, Os Mutantes (2008) na Record, Sete Pecados (2007) na Globo, além de Quatro Por Quatro (1994), Por Amor  (1998) e Engraçadinha… Seus Pecados, Seus Amores (1995), no Canal Viva. E vem a minissérie Desejo (1990) por aí…

Foto: Divulgação
 O mais impressionante de Vale Tudo é como a trama consegue se manter atual. Diferente de algumas outras produções citadas acima, ela poderia ser exibida no horário nobre da Globo, como se fosse uma novela atual. Tirando uns detalhes de cenário e figurino, tudo é muito moderno. O texto de Gilberto – escrito em parceria com Aguinaldo Silva e Leonor Bassères – se mantém ousado, dinâmico e irrepreensível. A direção de Dennis Carvalho também é muito inteligente e moderna.
O elenco, então… Teria que citar todos os atores para não fazer injustiça a ninguém. E dizer que Maria de Fátima é até hoje o melhor papel da carreira de Gloria Pires é chover no molhado. E olha que ela ainda fezMemorial de Maria Moura (1994), Mulheres de Areia (1993), O Tempo e o Vento (1985)… O mesmo pode ser dito de Beatriz Segall (Odete Roitman), Reginaldo Faria (Marco Aurélio) e Carlos Alberto Riccelli (César). Renata Sorrah também poderia entrar nessa lista com a antológica Heleninha, caso não tivesse surgido Nazaré Tedesco (de Senhora do Destino, 2004) na carreira da atriz.

Glória Pires como Maria de Fátima. Foto: Jorge Cysne
Mas entre tantos talentos e personagens marcantes, a melhor delas para mim é Solange (Lídia Brondi). Ela é até hoje a melhor mocinha de novelas já criada. Solange é tudo que Diana (Carolina Dieckmann emPassione) gostaria de ser, mas não é. É ética, 100% do bem, é enganada, mas não é boba; roda a baiana como ninguém e foi de uma ousadia sem limites.
Em 1988, Gilberto usou a jornalista para falar sobre “produção independente”, mas não uma gravidez “por acaso” como seria o normal. Solange simplesmente decidiu que queria ser mãe de um filho sem pai e começou a procurar quem seria o “doador do esperma”.
Ela estava no comando da situação. E Lídia Brondi soube aproveitar cada minúcia dessa personagem genial. Não bastasse ter seu cabelo vermelho e a franjinha copiada até hoje e o figurino que foi uma febre, ela fez de sua personagem um marco da teledramaturgia. Só que, infelizmente, ela ficou à margem. É claro que Odete, Maria de Fátima e Heleninha também eram sensacionais, mas todos são tipos que você já viu em algum lugar. Solange não. Foi e continua sendo única.
FONTE:CONTIGO

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