Glória Pires é, com o perdão pelo trocadilho, uma das glórias da televisão brasileira. E com sucesso consolidado, não raso como o pires no qual seus assacadores carregam a inteligência. Glória Pires não surgiu no Big Brother, nem rebola no palco de programa apelativo, nem aparece no noticiário por envolvimento amoroso. Gravar comerciais para um administrador público não a agiganta nem a apequena – a celeuma só mostra o tamanho do cérebro de quem milita a favor ou contra governos.
Glória Pires é uma diva, uma estrela. Pode até gostar da gestão de Marconi como pode considerá-la ruim. Não é o interessa. Glória Pires está na campanha publicitária do Governo de Goiás como José de Abreu esteve para Dilma e Lula. Como Milton Gonçalves fez os comerciais do PMDB. Como tantos artistas participaram de campanhas, inclusive eleitorais, ao lado de tantos políticos. Marília Pêra acreditou em Fernando Collor e isso em nada reduziu o seu talento. Chico Buarque é muso das esquerdas e, mesmo elas tendo matado milhões de pessoas, sua qualidade como letrista continua indiscutível. Ocorreu o mesmo com Oscar Niemeyer, que viu o comunismo ruir e se manteve fiel enquanto viveu e viveu muito.
Tony Ramos está na propaganda do Friboi. Por acaso o excelente ator já passou pelos setores Finsocial, Nova Esperança e Colorado para sentir a fedentina do frigorífico? O ator está ali em um papel, não referendando empréstimos no BNDES ou candidatura a governador. Como nos dois filmes de grande sucesso, Tony Ramos e Glória Pires poderiam muito bem trocar os papéis. Ele nos anúncios do governo do Estado, ela na campanha do Friboi. Não seria comédia nem tragédia, apenas mais um trabalho. E é assim que os comerciais devem ser analisados, independentemente dos artistas que os estrelam. O que vale é o produto, o conteúdo, não as palavras ou quem as pronuncia.
Fonte:Portal 730
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